📍1970 – Catequese e Primeira Comunhão

“Uma criança que descobriu o altar primeiro em casa, depois na Igreja.”

A Catequese e Primeira Comunhão do Padre Léo marcaram o início de sua caminhada vocacional com profundidade e emoção.

O ano de 1970 marca um divisor de águas na infância de Tarcísio Gonçalves Pereira, o futuro Padre Léo. Com apenas 9 anos de idade, ele iniciou sua catequese na pequena comunidade rural de Biguá, em Delfim Moreira (MG). A catequese, naquela época, era algo profundamente enraizado na vida comunitária e conduzida com simplicidade, mas carregada de espiritualidade e senso de missão. Tarcísio mergulhou nesse processo com entusiasmo, e essa fase marcou de forma definitiva seu amor pela Eucaristia e pelas coisas sagradas.


📖 A catequese como despertar vocacional

Diferente de muitas crianças que apenas “cumpriam o rito”, Tarcísio demonstrava um fascínio real pelos mistérios da fé. Segundo relatos preservados por familiares, vizinhos e catequistas da época, ele decorava as passagens do catecismo com facilidade, fazia perguntas profundas e tinha sede de compreender o sentido da Missa, da comunhão e dos santos. Ele enxergava além da rotina religiosa: via em cada gesto litúrgico um sinal do divino.

Essa sede espiritual começou a se tornar cada vez mais visível nas brincadeiras com os irmãos e primos. No quintal da casa onde morava, improvisava missas com tampinhas de garrafa no lugar das hóstias, caixas como altar, toalhas como paramentos. Vestia o papel do padre com naturalidade, guiando as “celebrações” com seriedade cômica — ainda criança, já possuía o dom de unir reverência e leveza, algo que seria marca registrada de seu estilo como pregador no futuro.


⛪ Primeira Comunhão na Igreja de São Benedito

Pouco tempo depois do início da catequese, Tarcísio recebeu sua Primeira Comunhão na Igreja de São Benedito, igreja simples da comunidade do Biguá. Para a família, aquele foi um dia de festa, de agradecimento e emoção. A mãe, dona Nazaré, preparou a roupa com carinho; os irmãos, mesmo em meio às limitações financeiras, celebraram aquele momento com respeito. Não houve festa grandiosa, mas havia ali o essencial: fé viva, amor familiar e o olhar encantado de uma criança que encontrava Jesus na hóstia consagrada pela primeira vez.

Segundo os relatos de sua mãe, naquela mesma noite, Tarcísio passou horas em silêncio, olhando para o céu no terreiro da casa. Quando ela lhe perguntou o que havia, ele respondeu:
“É que eu ainda estou sentindo Jesus dentro de mim, mãe. Não quero dormir e Ele ir embora.”

📌 Veja também: 1961 – O Nascimento do Padre Léo no Biguá


🧠 Desenvolvimento intelectual e religioso na catequese

Nessa fase, Tarcísio começou também a ler os evangelhos com frequência, mesmo sem ser obrigado. Lia em voz alta para os irmãos, encenava parábolas, e chegou a escrever pequenos textos sobre a vida de Jesus — algo extremamente incomum para uma criança da zona rural com poucos recursos. O que se via ali não era apenas piedade: era o gérmen de uma mente criativa, comunicadora e apaixonada por Deus.

Sua catequista, dona Adélia (citada em registros da Comunidade Bethânia), costumava dizer:
“Esse menino já tem o céu nos olhos. A gente fala de Deus e ele entende como se estivesse vendo.”

Com o passar dos meses, Tarcísio se tornou um referencial para as outras crianças da catequese, sempre disposto a ajudar, explicar e animar os colegas. Era extrovertido, mas respeitoso; fazia piadas, mas defendia com firmeza a fé.


🕯️ A espiritualidade vivida em casa

A fé da família Gonçalves Pereira não se restringia à Igreja. Todos os dias, à noite, a família se reunia para rezar o terço. Mesmo cansado, Tarcísio participava com atenção — e muitas vezes, era ele quem puxava os mistérios, mesmo antes da Primeira Comunhão. Isso revela como a espiritualidade doméstica teve papel fundamental em seu amadurecimento religioso.

Ali, em um lar modesto, sem televisão ou livros em abundância, Deus falava no silêncio da roça, no som das rezas, no carinho de uma mãe ajoelhada e na firmeza de um pai que, mesmo com mãos calejadas, ensinava o valor da honestidade e da fé.


✨ Curiosidades e repercussões

  • A Bíblia da família era um dos objetos mais sagrados da casa. Tarcísio lia nela com frequência, mesmo quando ainda tropeçava nas palavras.
  • Após a Primeira Comunhão, ele começou a ajudar o sacristão da paróquia nas Missas, aprendendo os detalhes da liturgia com admiração.
  • Seu padrinho de Primeira Comunhão, um tio simples e analfabeto, dizia:
    “Esse menino vai ser padre ou coisa parecida. Deus mora na língua dele.”

📌 Impacto na trajetória de vida

Essa etapa não foi apenas um rito de passagem — foi o início formal da caminhada espiritual de Padre Léo. A Primeira Comunhão despertou nele uma consciência profunda da presença de Deus e da missão que, mesmo sem compreender totalmente, ele começava a perceber.

Mais tarde, ao falar sobre vocação, ele diria:
“O menino que brincava de missa no terreiro mal sabia que aquilo era mais que brincadeira. Era Deus chamando, e eu já respondia sem saber que era resposta.”

Essa frase sintetiza o impacto que aquele momento teve: foi ali, no silêncio e na simplicidade da infância, que Deus acendeu uma chama que jamais se apagaria — e que viria a iluminar milhares de almas.

📚 Veja também:
A celebração da Primeira Comunhão continua sendo um dos momentos mais marcantes na vida de qualquer cristão. Assim como aconteceu com o pequeno Tarcísio — que anos depois se tornaria o Padre Léo — milhares de crianças e adultos renovam sua fé ao receber Jesus Eucarístico pela primeira vez. Para se aprofundar nessa experiência de fé, confira também esta linda celebração recente:
👉 33 jovens e 9 adultos recebem a 1ª Comunhão – São João Batista – Foz


💡 Reflexão final

A catequese e a Primeira Comunhão de Padre Léo não foram apenas marcos religiosos, mas sementes espirituais de sua futura missão como pregador, educador, fundador e profeta. É no altar improvisado do quintal que nasceu o “altar do coração” que ele carregaria por toda a vida — um altar onde a Palavra se fez carne, graça, humor, lágrima e salvação.

Catolicismo: uma viagem ao coração da fé O que é o catolicismo? Seria apenas uma tradição que conseguiu manter-se viva durante mais de dois mil anos? Uma mera visão de mundo? Um modo de levar a vida? A resposta que Robert Barron aqui nos oferece parte do que há de mais fundamental: o nascimento, a vida e os ensinamentos de Cristo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima